VẼSỸ KANHGYG
AG GO'OR TỸ NÉN Ũ HAN
RIKE MÃN
P R O J E T O R E C U P E R A N D O A
P R Á T I C A D A C E R Â M I C A K A I N G A N G
RESTORING THE PRACTICE OF KAINGANG CERAMICS PROJECT
Ẽg mỹ tóg kanhgyg ag jamã kar mῖ ag go’or tỹ nén ũ han han há tῖ vẽ, vẽsỹ eg tóg han há já nỹtῖ vẽ, Hãra ẽg tóg han mãn ja tũ nῖgtῖ, kỹ kãjatun ja nῖ sir fóg ag tỹ ẽg nῖgã ẽg ga mré ẽg tỹ nén ũ há kar gég mũn jo.
Kỹ tóg ẽg mỹ há tavῖ nỹ, ẽg tỹ han kinhrãg mãn ti, ga vóg mãn ẽn ti, hẽri ke mũn ẽg tóg nénũ ũ to jykrén mũ gé. Kar kỹ tóg ẽg mỹ há nã, ẽg kófa ag tỹ ẽg kanhrãn mãn ti, kyrũ ag mré gῖr ag mỹ ke gé, hã tóg ẽg mỹ ag nén kinhra ẽn to ge ke mũ sir, go’or tỹ nén sῖnvῖ han ẽn ti. Kar kỹ ẽg han kinhrãg kỹ ẽg tóg to jẽnkamo sῖ ũ vej ke mũ gé. Ũri tóg rãnhrãj ke tũ tῖ ẽg ga kar mῖ ha mẽ, kỹ kanhgág ag tóg to nén ũ vej ke mũ vẽ ke gé sir, jatun mỹ to jẽn jé há mẽ.
Ẽg tỹ Kanhgág tóg ũri e tavῖ nỹtῖ, kanhgág e ag tóg 5 ke nῖ, kỹ ẽg tóg ag mré 5 tag ag kãmῖ mũ, e ẽg tóg nỹtῖ gé ag kóm. São Paulo tá nỹtῖ kỹ ẽg tóg Rio Grande do Sul ki junjun kỹ nỹtῖ, ẽg nỹtῖg jan hã vẽ sir. Hũri ẽg ga tóg kãsir nỹtῖ, pi ẽg kar ki há nῖ sir. Projeto Retomada da Terra ke mũ tag ti, kanhgá gag régre ag tóg projeto tag kãmi mũ: Serrinha ti (Fág Kavá, Alto Recreio), Ronda Alta, RS ki, kar kỹ Ymã Fág Nhin, Lomba do Pinheiro, Viamão, RS, ke mũ ke gé.
Kre han han ka mã ẽg nỹtῖ, ẽg tỹ kanhgág ti, kar kỹ ẽg ka mῖ nén ũ han han tῖ, jẽsῖ mré nẽn kãmῖ mũ kar han han ẽg tῖ, fóg ag mỹ vẽne ke jé. Kar kỹ go’or tỹ nén ũ sῖnvῖ ke gé. Hãra ẽg pi ũn ẽgno tag han tavῖn tῖ, pi çeg jamã kar mῖ e tῖg nῖ. Kỹ ẽg kófa ag to kinhra ẽn mẽ kỹ ẽg tóg to vẽnh kanhrãn sór mũ, gῖr ag tỹ han kinhrãg jé ke gé, han kãmẽ mãn kã. Jagmré ẽg tóg to vẽsãn mũ, to vẽnh kanhrãn jé, ẽg ga mῖ go’or jan mῖ.
O que motiva este projeto é o desejo da retomada da prática cerâmica nas terras indígenas kaingangs, pois esta é uma parte muito importante da cultura desse povo e que foi se perdendo ao longo de séculos de espoliação e de perda de território.
Consideramos vital essa retomada, pois a prática cerâmica pode restabelecer laços com a terra e com o entorno, fazendo com que muito da memória do povo Kaingáng entre no tempo presente. Também estaríamos valorizando os conhecimentos dos mais velhos, os quais são sabedores das técnicas cerâmicas, estabelecendo elos importantes com as gerações mais novas (crianças, adolescentes e adultos). Por fim, mas não menos importante, também poderíamos estar iniciando uma oportunidade para futura fonte de renda para os Kaingángs, os quais enfrentam grandes dificuldades para adquirir o mínimo para que possam viver com alguma tranquilidade e dignamente no que se refere à saúde, alimentação, moradia.
Os Kaingáng são atualmente um dos cinco povos mais populosos do Brasil e correspondem a quase 50% de toda população dos povos de língua Jê. Distribuídos em 4 estados do Brasil, os Kaingáng vivem em Terras Indígenas que representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais. O projeto Retomada da Terra parte de duas destas comunidades: A TI Serrinha (Fàg Kavá, Alto Recreio), Município de Ronda Alta, RS e a TI Ymã Fàg Nhin, Lomba do Pinheiro, Viamão, RS, ambas localizadas no interior do RS.
Fundamental em sua cultura é a prática da cestaria, da escultura em madeira, da pintura e da cerâmica. As três primeiras práticas seguem muito presentes no cotidiano Kaingáng, mas a cerâmica passou a ser um fazer quase residual, devido em grande parte à sistemática perda do território sofrida pelos Kaingáng ao longo da história e, consequentemente, ao pouco acesso à argila. A partir do conhecimento dos antepassados, dos mais velhos, se buscará restabelecer a prática cerâmica para que esta volte a fazer parte do cotidiano das aldeias Kaingang no estado, de modo que se desenvolva uma rede entre as aldeias onde há a presença de argila.
What motivates this project is the desire to resume the practice of making ceramics in Kaingáng Indigenous Lands, for it is a very important part in this people’s culture which is being lost throughout centuries of plundering and loss of territory.
We consider this retaking vital since the ceramic practice can reestablish bonds with the land and the surroundings, facilitating the Kaingáng people’s memories to enter the present time. We would also be valuing knowledge from the elders, who are wise in ceramic techniques, establishing important links with the younger generations (kids, teenagers and adults). Ultimately, we could also be launching a new future source of income for the Kaingángs, who face great difficulties to obtain the necessary financial means to live with tranquility and dignity concerning their health, food and housing.
The Kaingáng are currently one of the five most populous people in Brasil and correspond to almost 50% of all people of Jê language. Distributed along 4 states in Brasil, the Kaingáng live in Indigenous Lands that represent a small portion of their traditional territories. The Retomada da Terra [Resumption of the Land] Project begins at two of these communities: the IL Fàg Kavá (Serrinha, Alto Recreio) in the Ronda Alta county, and the IL Ymã Fàg Nhin, Lomba do Pinheiro, Viamão, both located in Rio Grande do Sul.
Fundamental to their culture is the practice of basketry, sculpture in wood, painting and ceramics. The first three are still very present in Kaingán daily life, but ceramics has become an almost residual practice, due to the systematic loss of territory suffered by the Kaingáng through history and, consequently, little access to clay. Our aim is to seek the knowledge of the ancestors and of the elders in order to bring the ceramic practice back to the everyday lives of Kaingáng communities in this state, forming a net between communities where there's presence of clay.